terça-feira, 16 de março de 2010

Cultura sobre quatro rodas - Ônibus-Biblioteca

Reprodução

Cultura sobre quatro rodas
Em parceria com a Libre, o Projeto Ônibus-Biblioteca leva literatura e
atividades de estímulo cultural aos quatro cantos mais periféricos de
São Paulo


São sete roteiros semanais com destino às regiões mais distantes do centro paulistano, bairros cujo investimento em cultura e educação estão muito próximos do zero. De segunda a domingo, um projeto da Secretaria Municipal da Cultura do Estado de São Paulo, em parceria com a Liga Brasileira de Editoras (Libre), leva ônibus com cerca de três mil títulos de obras da literatura universal, revistas, jornais e quadrinhos para locais como Grajaú, Jardim Iguatemi, Vila São José, Vila Penteado, Parque São Rafael, Jardim Miriam e Cidade Tiradentes. A idéia dessa iniciativa, batizada de Ônibus-Biblioteca, é levar mais conhecimento às comunidades pelas quais atravessa.

De cada biblioteca móvel a população pode tomar títulos emprestados ou fazer a leitura no próprio local. Caso o usuário não encontre o material que procura, basta ele fazer um pedido. Depois de uma semana, provavelmente o livro estará em suas mãos: o acervo reserva do projeto conta com 165 500 obras no total. Cada autor que compõe o estoque passa por um processo de seleção rigoroso. "A intenção é, no médio prazo, incorporar ao acervo existente, livros das editoras pertencentes a Libre, cujo enredo tenham afinidade com os interesses das comunidades em que atuam", explica a presidente da Liga, Renata Farhat Borges.
 
Em funcionamento desde outubro deste ano, o projeto também conta com uma programação que estimula ações de socialização e convívio sadio da comunidade, com a participação de contadores de estórias, apresentação de peças teatrais, rodas de poesias e palestras realizadas por oficineiros da rede colaborativa da Libre. As atividades são destinadas a todas as faixas etárias, com foco nas crianças e nos adolescentes.

Com um público já fiel nas regiões em que opera, o Ônibus-Biblioteca planeja incluir mais 21 roteiros, pelos quais passará a atender Brasilândia, Cidade Ademar, Jardim Ângela, Parelheiros, São Miguel Paulista, São Mateus, Rio Pequeno entre outros bairros da periferia da cidade. "Tenho orgulho de integrar um projeto completamente  comprometido com a democratização do saber. Todos os elementos chave do Ônibus-Biblioteca, desde as obras disponibilizadas até os oficineiros participantes, estão alinhados com essa proposta", complementa Renata. Cada vez mais o projeto difunde informação e cultura pelo extenso território da cidade de São Paulo.


Livros e uma jarra de suco!


No Capão Redondo pudemos acompanhar a oficina de Caetano, com seus imãs de geladeira que continuam fazendo sucesso entre a molecada. Em 1h30 de permanência no local, percebemos o atendimento a cerca de 30 crianças, e o movimento continuou ainda quando partimos dali.
O roteiro é muito visitado por crianças e adolescentes. Um número surpreendente e grande de retirada de livros infantis. Os bibliotecários Virgínia e Vicente não pararam um segundo sequer no atendimento, que devemos ressaltar, é exemplar. Virgínia especificamente é muito atenciosa com as crianças, e os motiva continuamente na retirada de mais livros e na participação de oficinas.
Foi emocionante ver de perto a criançada e jovens em busca de livros, livros e livros, e muitos demonstrando preocupação se ôibus estaria ali na quinta-feira pós-Carnaval. "Se vocês não vierem o que eu vou ler?" - foi uma frase recorrente na tentativa de persuadir a bibliotecária Virgínia a permitir que levassem mais de 5 livros cada um.
Presenciamos enfim, aqueles relatos costumeiros da generosidade da população que tenta, a seu modo, retribuir a presença dos profissionais do ônibus na comunidade. Uma moradora que via o sufoco dos bibliotecários e oficineiros suando embaixo do toldo do ônibus, foi até a sua casa e preparou uma jarra de suco gelada que matou a sede de todos nós e acalentou uma certa esperança de vida em comunidade possível e solidária.
Ficamos menos tempo no roteiro da Vila Andrade, onde pudemos conversar mais longamente com as bibliotecárias presentes e avaliar um pouco a performance de certos oficineiros e ecos que chegam até nós de descontentamento. As oficineiras Cristina Carnelos-Nova Alexandria; Marta Martins- Cuca Fresca; Vanessa Alexandre- Alis e Cuca Fresca; Selma Maria-Peirópolis, Cacá Lopes - Claridade foram extremamente elogiados pelo empenho, motivação, criatividade em suas oficinas.



Erika Allexandra Balbino

Fotos:




























Disponível em : http://www.libre.org.br/institucional_view.asp?ID=64
Acesso em: 16 mar. 2010. 







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