domingo, 12 de setembro de 2010

"Terapia do sono" e leitura ajudam técnico do Brasil a manter equilíbrio





Rubén Magnano diz que pressão não o deixaria pensar de forma natural e que busca nos livros frases e exemplos para motivar seus jogadores

Por Danielle Rocha
Direto de Istambul, Turquia

Ruben Magnano basquete seleção

   Magnano: relaxamento fora da quadra, tensão no

  banco de reservas (Foto: AFP)
O coração vai bem, obrigado. Pronto para suportar a pressão de um jogo que vale a permanência no Mundial da Turquia. O que poderia tirar a noite de sono de muitos treinadores, parece não afetar Rubén Magnano. A experiência lhe ensinou que é preciso manter o equilíbrio, dormir durante oito horas para poder pensar melhor e transmitir a confiança que seus comandados tanto precisam enxergar nele. As palavras de motivação também são importantes num momento como esse e ele as escolhe a dedo, tiradas de livros e da própria vivência. A frase dita com maior frequência, é a mesma que usou quando levou a Argentina à medalha de prata no Mundial de Indianápolis: "Temos que ir para a glória". Na terça-feira, brasileiros e argentinos vão brigar para poderem ficar cada vez mais perto dela.
- Todo mundo tem ansiedade, mas eu consigo fazer a minha terapia do sono. Sempre consegui dormir em Mundiais e Olimpíadas normalmente. Encontrar esse relaxamento me permite atuar objetivamente. Nós devemos evitar a pressão porque pode ser perigoso a pessoa que comanda passar esse estado de ânimo. Devemos ficar inteligentes emocionalmente. Não é ser uma pessoa fria, mas entender que ficar pressionado não me deixaria pensar de maneira fresca. Também acredito que a motivação e a confiança são elementos muito importantes. Pego coisas de experiências pessoais, frases que leio em livros de psicologia. Há livros de atitudes frente ao esporte, como o de Phil Jackson e Pat Riley, treinadores que fizeram carreiras muito importantes. Michael Jordan e Magic Johnson também falam nos seus coisas relevantes, como a disposição deles de jogar em equipe e entender que só com o "eu", coisa que acontece tanto NBA, não se conseguia nada. Um tem de estar a serviço da equipe e não a equipe a serviço de um - afirmou.
Os exemplos também podem sair de filmes, embora com menos frequência. Magnano é um amante do cinema e se encontra alguma história que se encaixe ao momento vivido pelo time, trata de passar aos atletas.
- Gosto muito de filmes e se estiver passando algum bom, fale para mim. Eu não consegui assistir a um de Jorge Amado que estava passando recentemente. Se trata de um homem que morreu e os amigos o levavam para uma festa (Quincas Berro D'Água). Vi o trailer e me pareceu muito simpático. Gosto de Jorge Amado, da sua forma de escrever, da descrição das coisas. Parace que você está vendo, vivendo aquilo. Parece que está dentro da cena. Li "Dona Flor e seus dois maridos" e gostei muito. Trouxe para cá "Tereza Batista cansada de guerra" e acabei de ler. Mas no Mundial leio mais Phil Jackson do que Jorge Amado - disse, referindo-se ao técnico com o maior número de conquistas da história da NBA, dono de 11 títulos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário